Da anatomia microscópica da mucosa sinusal às técnicas avançadas com piezocirurgia e PRF, a Profª...
O sticky bone errado vira lama no seio
Dentro da Masterclass do Prof. Leandro Napier (UFMG), uma jornada completa sobre desafios, decisões clínicas, técnicas avançadas e biomateriais modernos que tornam o seio maxilar uma das áreas mais previsíveis da implantodontia.
O PROBLEMA: POR QUE A REGIÃO POSTERIOR DA MAXILA É UM DESAFIO?
A maxila posterior apresenta uma combinação problemática:
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Osso com densidade naturalmente baixa
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Pneumatização progressiva do seio maxilar após perda dentária
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Reabsorção vertical acelerada
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Pacientes frequentemente desdentados totais, usuários antigos de próteses
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Alta prevalência de tabagismo, etilismo e histórico de periodontite
O resultado? Pouca altura e largura óssea, instabilidade para implantes e risco aumentado de complicações cirúrgicas.
Por isso, o levantamento de seio maxilar permanece como técnica essencial — mas exige precisão, treinamento e tomada de decisão baseada na anatomia, nas expectativas do paciente e no nível de experiência do profissional.
O ESTUDO / FONTE: MASTERCLASS PURGO IMPLANTEC – PROF. LEANDRO NAPIER
Este blog é baseado integralmente na aula:
“Levantamento de Seio Maxilar – Masterclass PURGO Implantec – Outubro 2025”,
produzido pelo Prof. Leandro Napier, bucomaxilofacial com 28 anos de experiência e professor da UFMG.
O material reúne:
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Revisão de literatura
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Comparação de técnicas
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Estudos citados pelo autor
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Discussão de riscos e manejo
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Demonstração de casos clínicos
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Aplicação prática do biomaterial PURGO (osso suíno sinterizado)
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Uso avançado de PRF e sticky bone
METODOLOGIA DO CONTEÚDO: O QUE O E-BOOK TRAZ
O e-book funciona como um compêndio clínico-científico que organiza o raciocínio do especialista:
1. Diagnóstico e planejamento
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Altura e espessura óssea
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Análise do seio maxilar (largura, saúde, septos)
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Riscos sistêmicos e locais
2. Alternativas ao sinus lift
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Implantes curtos
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Implantes angulados (All-on-4)
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Implantes pterigoides
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Implantes zigomáticos
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Penetrações leves no seio (≤ 2–3 mm)
3. Técnicas de elevação
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Janela lateral
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Técnica transcrestal
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Osteótomos de Summers
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Piezocirurgia
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Acesso palatino (raro, mas citado na literatura)
4. Biomateriais e PRF
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Comparação entre ossos bovinos e suínos
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Sticky bone com PURGO + PRF
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Propriedades físicas e biológicas do PURGO
5. Complicações e manejo
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Perfuração de membrana
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Sinusites
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Implantes deslocados no seio
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Falhas de enxerto
6. Casos completos
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Elevações bilaterais
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Uso de piezo e sticky bone
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Manejo de septos e membranas finas
Tudo baseado em décadas de prática e literatura citada.
RESULTADOS EM NÚMEROS: O QUE A LITERATURA CITADA MOSTRA
Embora o e-book não traga tabelas próprias, ele cita estudos relevantes:
Perfuração de membrana
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Perfurações < 5 mm → manejáveis com PRF ou colágeno
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Perfurações > 10 mm → podem exigir interrupção ou técnica alternativa
Fumantes – revisão sistemática (2017)
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Maior taxa de deiscência de sutura e infecção,
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Mas não contraindica o levantamento do seio.
Piezo em casos complexos
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Série de casos: apenas 2 perfurações, mesmo em membranas finas, septos e reoperações
Tempo para instalação de implantes
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6 a 9 meses para nova tomografia e carga segura
STORYTELLING CIENTÍFICO: UMA CIRURGIA QUE REVELA A TÉCNICA
Imagine uma paciente com maxila severamente atrófica, que não consegue usar sua prótese total com conforto.
No planejamento, nota-se:
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Pouca altura óssea posterior
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Septos discretos
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Membrana aparentemente fina
A decisão? Sinus lift bilateral, com piezo, PRF e PURGO.
Durante a cirurgia, como o e-book descreve passo a passo:
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O piezo desenha a janela com precisão milimétrica, sem risco de corte da membrana.
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A membrana se movimenta com a respiração — sinal de integridade.
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O sticky bone é preparado:
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PURGO + PRF → massa coesa, borrachóide, fácil de compactar.
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O enxerto é inserido profundamente, até a parede medial.
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PRF recobre toda a área antes da sutura.
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Pós-operatório surpreendentemente tranquilo.
Esse é o tipo de previsibilidade que o professor defende ao longo de todo o material.
COMPARAÇÃO ENTRE TÉCNICAS (AMPLIADA E DETALHADA)
Tabela 1 — Alternativas ao Levantamento do Seio
| Opção | Benefícios | Riscos / Limitações | Quando usar |
|---|---|---|---|
| Implantes curtos | Minimiza invasão | Depende da densidade óssea | Altura ≥ 6 mm |
| Angulados (All-on-4) | Evita seio | Técnica dependente, biomecânica delicada | Reabilitações totais |
| Pterigoides | Excelente estabilidade | Técnica avançada | Maxilas atrofiadas |
| Zigomáticos | Evita enxertos | Alto risco e manejo complexo | Atrofias severas |
Tabela 2 — Técnicas de Sinus Lift
| Técnica | Vantagens | Desvantagens |
|---|---|---|
| Janela lateral | Visualização total | Mais invasiva |
| Transcrestal | Pós-operatório suave | Sem visão direta |
| Osteótomos | Baixo custo | Maior risco de perfuração |
| Piezo | Segurança máxima | Custo alto |
| Acesso palatino | Útil em casos raros | Pouco difundida |
Tabela 3 — Biomateriais
| Biomaterial | Vantagens | Desvantagens | Comentário |
|---|---|---|---|
| Autógeno | Osteoindutor e osteogênico | Morbidade e reabsorção imprevisível | “Melhor” material, mas com custo biológico |
| Bovino | Estrutura favorável | Risco teórico de príons (segundo o autor) | Exige confiança no fabricante |
| Suíno (PURGO) | Estrutura semelhante ao osso humano | Sem osteoindução | Excelente biocompatibilidade |
POR QUE O PURGO SE DESTACA?
O osso suíno PURGO apresenta:
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Processo de sinterização → elimina componentes orgânicos
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Alta porosidade e interconectividade
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Estrutura trabecular muito próxima ao osso humano
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Excelente osteocondução
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Estabilidade dimensional superior ao bovino
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Diminui riscos teóricos de transmissão de príons
Essas características tornam o material ideal para o sticky bone com PRF.
STICKY BONE: A EVOLUÇÃO DO ENXERTO EM MASSA
O professor afirma claramente:
“Hoje eu não consigo fazer levantamento de seio que não seja com stick bone.”
Por quê?
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Aglutinação evita partículas soltas
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Segurança ao compactar dentro do seio
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Menor risco de perfurar membranas frágeis
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Cicatrização acelerada pelo PRF
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Manuseio mais previsível
Composição
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biomaterial suíno PURGO
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fibrina + exsudato do PRF
Textura
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“Consistência borrachóide”, ideal para acomodação.
COMPLICAÇÕES E COMO O PROBLEMA É RESOLVIDO
1. Perfuração de membrana
Causas:
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Técnica inadequada
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Membrana fina
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Pressão excessiva
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Septos altos
Manejo:
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PRF
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Membranas de colágeno
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Ampliação estratégica da janela
2. Sinusite
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Pode ocorrer por hiperplasia, drenagem prejudicada
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Implante intrassinusais podem ser tolerados, mas complicados de remover
3. Implante deslocado
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Pode obstruir óstio
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Indicação otorrinolaringológica em alguns casos
4. Falhas de enxerto
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Ocorrem quando a parede medial não é descolada até o fim.
CONCLUSÕES DO PROF. LEANDRO NAPIER
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Levantamento de seio é um procedimento extremamente previsível quando bem executado.
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Piezo oferece segurança incomparável.
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PURGO é um biomaterial suíno altamente biocompatível e confiável.
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Sticky bone (PURGO + PRF) é a técnica mais segura e eficiente para preenchimento.
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Perfurações pequenas são fáceis de manejar com PRF.
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Descolamento até a parede medial é obrigatório.
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Tempo ideal de espera: 6 a 9 meses.
O QUE MUDA PARA PACIENTES E PROFISSIONAIS?
Para pacientes
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Menos trauma e desconforto
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Máximo aproveitamento do osso remanescente
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Redução de complicações pós-operatórias
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Reabilitação funcional mais rápida e estável
Para profissionais
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Previsibilidade biomecânica
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Menos falhas tardias
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Melhor manejo de seios complexos (septo, membrana fina, reoperações)
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Domínio de biomateriais modernos
REFERÊNCIAS
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Masterclass PURGO Implantec – Prof. Leandro Napier, 2025.