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17 anos de pesquisa resumidos em um método simples.

Sorriso Gengival: Da Percepção Estética à Transformação Clínica

A abordagem científica, personalizada e estável proposta pelo Prof. Dr. Cleverson Oliveira


Por que o Sorriso Gengival É Muito Mais do que Estética

Um sorriso harmonioso é, para muitos, sinônimo de saúde, sucesso e confiança.
Mas quando a gengiva aparece em excesso, o impacto vai além do espelho, ele atinge autoestima, vida social e percepção profissional.

O chamado sorriso gengival ocorre quando há exposição exagerada de gengiva superior durante o sorriso.
Na literatura, o limite varia de 2 a 4 mm, sendo 3 mm o parâmetro mais aceito para diagnóstico clínico.

📊 Dados globais indicam:

  • 10% da população mundial apresenta sorriso gengival;

  • Até 20% dos brasileiros podem ser afetados;

  • Mais de 70% relatam insatisfação estética e social.

Essa condição, frequentemente subestimada, é um desafio para o cirurgião-dentista, pois envolve múltiplos fatores, sendo eles: anatômicos, funcionais e emocionais.


🧠 O Conceito Central: Individualização é Ciência, Não Opinião

“O que é bonito para o dentista pode não ser para o paciente e vice-versa.”
— Dr. Cleverson Oliveira (2025)

Durante a Masterclass Purgo, o Prof. Dr. Cleverson Oliveira destacou o princípio que guia todo seu protocolo:
👉 a beleza é subjetiva, mas o diagnóstico deve ser objetivo.

Os 4 Pilares do Tratamento Individualizado

  1. Percepção do paciente: compreender o que realmente o incomoda.

  2. Avaliação subjetiva: respeitar diferenças culturais e pessoais.

  3. Queixa principal: evitar tratamentos desnecessários.

  4. Parâmetros científicos: manter base técnica sólida.

Essa visão humanizada coloca o paciente como coautor do plano terapêutico, um marco dentro da odontologia estética moderna.


🔬 Compreendendo a Etiologia: As Quatro Origens do Sorriso Gengival

Tratar sem conhecer a causa é um erro comum que leva à frustração.
A chave para o sucesso está em distinguir corretamente a origem anatômica e funcional do problema.

Origem Causas Típicas Estratégia de Tratamento
Esquelética Crescimento vertical maxilar, extrusão, discrepância maxilomandibular Ortodontia ou cirurgia ortognática
Labial Lábio curto, hipermobilidade, hiperatividade muscular Reposicionamento labial ou toxina botulínica
Dentária Coroas curtas, intrusão dos incisivos Aumento de coroa clínica
Periodontal Erupção passiva alterada, hiperplasia, exostoses Cirurgia periodontal corretiva

erro diagnóstico pode gerar resultados insatisfatórios e recidivas. Por isso, a análise etiológica é o verdadeiro “segredo do sucesso clínico”.


 Hipermobilidade Labial: A Causa Mais Comum e Subdiagnosticada

Em estudos conduzidos em Indianápolis (2019) e replicados no Brasil, verificou-se que:

  • 80% dos pacientes com sorriso gengival apresentam hipermobilidade do lábio superior;

  • Nos casos severos (>4 mm), a prevalência chega a 95%.

Como diagnosticar com precisão:

  1. Medir a altura do lábio em repouso;

  2. Medir a altura durante o sorriso máximo;

  3. Calcular a diferença:

    • 6–8 mm → normal

    • >8 mm → hipermobilidade labial

Esse método simples, que utiliza apenas uma régua comum, é extremamente eficaz e reprodutível, permite diferenciar hipermobilidade verdadeira de simples hiperatividade muscular.


Fatores Agravantes: O Papel das Exostoses e das Concavidades Subnasais

1️⃣ Exostoses Maxilares - O “fator oculto” do sorriso gengival

Uma descoberta publicada em 2024 pelo grupo do Dr. Cleverson revelou que exostoses maxilares (proeminências ósseas vestibulares >2 mm) podem intensificar artificialmente a elevação do lábio.

📍 Mecanismo:
O lábio “escorrega” sobre a exostose, alcançando uma altura maior do que naturalmente faria.
Por isso, a remoção das exostoses deve preceder o tratamento labial e caso contrário, a mobilidade observada será falsa e o resultado instável.

2️⃣ Concavidades Subnasais — A fronteira entre estética e função

Essas depressões ósseas, muitas vezes ignoradas, geram vincos na região subnasal e influenciam diretamente o posicionamento do lábio.
Podem ser tratadas com:

  • Cimento ósseo (PMMA + colágeno bovino) — técnica clássica descrita por Fernaldi (2010);

  • Biovolume personalizado 3D — modelagem digital e impressão biomédica;

  • Regeneração óssea guiada (ROG) — abordagem pioneira documentada por Carlos Eduardo (2016), usando membranas de titânio e xenoenxerto bovino ou porcino.

O material The Graft (porcino) tem 90% de semelhança genética com o osso humano, oferecendo integração superior e maior previsibilidade de volume.


🧪 Casos Clínicos: Evidência em Ação

Caso 1 – Exostoses + Hipermobilidade

Paciente com múltiplas causas:

  • Hipermobilidade labial marcada (“asinha de gaivota”)

  • Exostoses significativas

  • Erupção passiva alterada posterior

Tratamento:

  1. Remoção cirúrgica das exostoses

  2. Reposicionamento labial modificado (técnica própria de 2013)

  3. Sutura estabilizante para controle muscular

📈 Resultado:

  • Redução imediata da exposição gengival

  • Harmonização do sorriso

  • Estabilidade mantida no follow-up de 12 meses


Caso 2 – Regeneração Óssea Guiada Subnasal

Paciente com recidiva após técnica original de reposicionamento labial.
Apresentava concavidade subnasal evidente e exostose lateral.

Protocolo cirúrgico:

  1. Acesso intrassulcular e descolamento total

  2. Decorticação para estimular vascularização

  3. Aplicação do biomaterial The Graft

  4. Cobertura com membrana The Cover (colágeno 25x30 mm)

Resultado:
Perfil facial suavizado, melhora estética e funcional significativa e estabilidade confirmada em tomografias de controle.


Método RLS – Reposicionamento Labial Simples e Estável

Após 17 anos de pesquisa clínica e 25 casos acompanhados por até 12 anos, o Método RLS se consolidou como a técnica de escolha para hipermobilidade labial.

Os 3 Pilares da Estabilidade

  1. Diagnóstico preciso – etiologia clara e mensuração objetiva.

  2. Execução previsível – protocolo passo a passo reprodutível.

  3. Estabilidade comprovada – baixíssima recidiva e cicatrização controlada.

💡 O diferencial é a preservação do freio labial, a remoção bilateral controlada da mucosa e a aplicação de técnicas de estabilização muscular, garantindo conforto e previsibilidade.


Impactos Psicossociais e Profissionais

A reabilitação do sorriso gengival é também uma reabilitação emocional.
Estudos em percepção facial demonstram que pessoas com sorriso gengival são vistas como:

  • menos confiáveis,

  • menos seguras,

  • menos sociáveis, ainda que de forma inconsciente.

Após o tratamento, pacientes relatam:

  • Aumento da autoestima e autoconfiança;

  • Melhoras nas interações sociais e profissionais;

  • Satisfação estética prolongada.

“O sorriso gengival não é apenas sobre dentes ou gengiva. É sobre identidade e expressão.”
— Dr. Cleverson Oliveira


Limitações e Perspectivas Futuras

Apesar dos avanços, o Dr. destaca que:

  • profundidade crítica das concavidades subnasais ainda não possui consenso científico;

  • Novos estudos multicêntricos devem ampliar o corpo de evidências;

  • decisão clínica deve sempre integrar técnica e empatia.


🧾 Conclusão: A Ciência do Sorriso Autêntico

O sorriso gengival, quando tratado com base em diagnóstico individualizado, representa mais que estética, é transformação de autoestima, expressão e função.

O legado da pesquisa do Prof. Dr. Cleverson Oliveira é claro:

  • Diagnóstico é ciência.

  • Técnica é arte.

  • Estabilidade é resultado.

  • E o sorriso? É vida transformada.


📚 Referências Científicas

Oliveira, C. (2025). Trilha do Conhecimento Purgo – Masterclass: Tratamento do Sorriso Gengival.