A implantodontia estética evoluiu rapidamente nas últimas décadas. O que antes era guiado por entusiasmo técnico — implantar imediatamente sempre que possível — hoje é conduzido por análise criteriosa de risco, biologia peri-implantar e previsibilidade estética. Nesse contexto, a preservação de rebordo alveolar deixa de ser uma alternativa secundária e passa a ocupar papel central no planejamento de implantes imediatos na área estética.
Este post se baseia na Purgo Masterclass, conduzida pelo Prof. Dr. Eduardo Groisman, referência internacional em implantodontia estética e reabilitação oral complexa.
O sucesso de um implante não se resume à osseointegração. Na região estética, falhas discretas de planejamento podem gerar consequências significativas:
Recessão gengival e perda de papilas
Transparência de componentes metálicos
Perfis de emergência artificiais
Assimetria de contornos cervicais
Perda progressiva de volume ósseo e tecidual
Esses problemas raramente ocorrem isoladamente. Pelo contrário, são interdependentes e geralmente resultam do desrespeito às chamadas zonas biológicas peri-implantares e às distâncias críticas.
Aula: Preservação de Rebordo para Implantes Imediatos
Instrutor: Prof. Dr. Eduardo Groisman
Contexto: Purgo Masterclass
A abordagem apresentada é fruto de décadas de experiência clínica associada à literatura científica clássica e contemporânea, incluindo estudos fundamentais de Saadoun, Tarnow, Jemt e revisões sistemáticas recentes.
Implante imediato sempre que possível
Implante imediato apenas quando os fatores de risco permitem
Essa mudança reflete uma compreensão mais profunda da biologia peri-implantar e da importância da estabilidade tecidual a longo prazo, especialmente na zona estética anterior.
Quatro possibilidades de temporização são discutidas:
Cicatrização espontânea
Implante imediato (extração + implante na mesma sessão)
Implante precoce (4–8 semanas)
Implante tardio (3–4 meses)
👉 Posição da Mario Groisman Odontologia:
❌ Implante precoce não é indicado
✅ Trabalha-se apenas com:
Implante imediato (quando indicado)
Implante tardio (após preservação de rebordo)
O motivo é claro: tecidos e osso ainda imaturos tornam o controle estético imprevisível.
Pergunta-chave: É possível obter estabilidade primária na posição correta?
Critérios avaliados:
Altura óssea apical
Espessura das paredes alveolares
Qualidade óssea (D1–D4)
Presença de deiscências ou fenestrações
➡️ Ausência de osso residual adequado = contraindicação absoluta
Discrepâncias maiores que 4–5 mm em relação aos dentes adjacentes aumentam o risco estético
Podem exigir incisões adicionais e comprometer papilas
Desalinhamentos, desvios de linha média e relações oclusais desfavoráveis
Implante imediato pode perpetuar erros estéticos
Defeito ósseo vestibular: reconstruído durante o procedimento
Biotipo gengival fino: convertido com enxerto de tecido conjuntivo
Esses fatores exigem ajuste técnico, não mudança de temporização.
Baseadas no trabalho clássico de Saadoun et al. (1999), as distâncias críticas garantem espaço biológico adequado.
1,5–2 mm dos dentes adjacentes
Conexão cônica: 4 mm
Conexão interna (butt joint): 3 mm
⚠️ A referência não é a posição infraóssea, mas a futura margem protética.
O provisório não é apenas temporário — ele modela os tecidos.
Zona crítica: define estética (epitélio sulcular)
Zona subcrítica: define biologia e estabilidade (tecido conjuntivo e epitélio peri-implantar)
Um provisório mal desenhado compromete todo o resultado, mesmo com cirurgia perfeita.
Implante guiado pela futura prótese
Estabilização palatinizada
Enxerto ósseo no gap
Enxerto de tecido conjuntivo (≈ 1 mm)
Provisionalização imediata
Purgo Collagen
Principais vantagens:
Alta hidrofilia
Excelente manutenção volumétrica
Facilita neovascularização
Resultados superiores em grandes defeitos vestibulares
Cinta protética: titânio anodizado amarelo
Zona subcrítica: zircônia altamente polida
Zona crítica: cerâmicas feldspáticas, IPS e.max ou leucita
Estudos mostram que a anodização e a cor dourada melhoram a mimetização tecidual e a adesão epitelial.
Problemas como mucosite e peri-implantite aumentam significativamente após 5 anos.
Jateamento com glicina
Ultrassom compatível
Radiografias periódicas
📅 Frequência: a cada 6 meses nos primeiros 2 anos
A ausência de manutenção é uma das maiores causas de falhas tardias — e responsabilidade do profissional.
Implantes imediatos não são regra, são exceção bem indicada
Preservação de rebordo aumenta previsibilidade estética
Distâncias críticas e design protético guiam o sucesso
O provisório é um elemento biológico ativo
Manutenção é parte indissociável do tratamento
A implantodontia estética moderna não busca apenas implantar dentes, mas preservar tecidos, histórias e sorrisos ao longo do tempo.
Groisman, E. Trilha do Conhecimento Purgo – Aula tema: Preservação de Rebordo para Implantes Imediatos na Área Estética. Purgo Masterclass, Mario Groisman Odontologia.