Como os protocolos de regeneração óssea guiada evoluíram para oferecer resultados tão previsíveis quanto os obtidos em osso nativo?
Na Trilha do Conhecimento Purgo, o Dr. Leandro Nunes apresenta uma síntese magistral de 15 anos de experiência clínica, pesquisa e mentoria direta com o Prof. Daniel Buser e os resultados são impressionantes.
A implantodontia moderna convive com uma realidade alarmante: a peri-implantite se tornou uma epidemia, levando a um número crescente de reconstruções ósseas ao redor de implantes antigos.
Além disso, defeitos horizontais severos impedem o posicionamento tridimensional correto do implante, e, como Dr. Nunes reforça:
“A gente não pode colocar o implante onde tem osso. A gente tem que colocar onde precisa.”
Quando falta osso, entra em cena a Regeneração Óssea Guiada (ROG) como ferramenta essencial.
O conteúdo do eBook resume uma aula completa ministrada pelo Dr. Leandro Nunes, presidente do ITI Brasil, durante a Masterclass Purgo.
Baseia-se em:
protocolos desenvolvidos ao longo de 15 anos de prática,
evidências científicas robustas,
estudos clássicos como o de Hammerle (Zurique),
conceitos modernos como a Sausage Technique e o Conceito Buser.
Segundo Dr. Nunes, toda decisão em ROG se apoia em três pilares fundamentais:
Defeitos com 2–3 paredes são biologicamente mais favoráveis, enquanto defeitos de uma parede (como no caso clínico demonstrado) dificultam a previsibilidade.
Planejamento com guias ou cirurgia guiada é indispensável.
Requisito mínimo: estabilidade suficiente mesmo no posicionamento ideal.
O eBook organiza a decisão em três momentos cirúrgicos:
| Momento | Indicação | Vantagem |
|---|---|---|
| Regeneração Prévia | Defeitos severos; falta de estabilidade | Maior previsibilidade |
| Regeneração Simultânea | Defeitos favoráveis; boa estabilidade | Reduz tempo de tratamento |
| Tratamento de Complicações | Peri-implantite e falhas | Menor previsibilidade devido à contaminação |
A técnica com biomaterial particulado + membrana reabsorvível mostra eficiência para aumentos horizontais antes ou durante a instalação do implante.
95% a 100% — igual aos implantes instalados em osso nativo.
No caso apresentado, a paciente apresentava rebordo severamente atrófico:
1,9 mm de espessura no corte 70
2,5 mm no corte 56
Um clássico defeito de uma parede, com mais de 2 mm de implante exposto se instalado diretamente.
Por isso, a regeneração prévia foi a escolha mais previsível.
12 pacientes, defeitos horizontais
Biomaterial + membrana
9 meses de cicatrização
Ganho médio: 3,6 mm
Um caso não apresentou formação óssea, mas o ganho coletivo comprova a previsibilidade da técnica.
Estudo citado no eBook mostra:
0,8 mm de ganho sem decorticização
2,9 mm com decorticização
O motivo: perfurações permitem fluxo sanguíneo e migração celular.
Fundamental para fechamento sem tensão.
Menor taxa de complicações que membranas não reabsorvíveis.
Exposição do ePTFE leva a falhas críticas.
Baixa reabsorção
Capacidade de incorporação
Pode ser combinado com osso autógeno (proporção ideal 1:1 ou adaptada a 80:20).
Purgo (porcino)
Estudo apresentado mostra:
Menor redução de volume com Purgo
Desempenho comparável ou superior ao padrão ouro
Segundo Urban (referido por Dr. Nunes), a membrana deve ficar:
“Tensa como uma salsicha, sem se mover.”
Usa-se:
Taquinhas
Parafusos
Membrana reabsorvível
PRF para acelerar cicatrização dos tecidos moles
A frenectomia estratégica também reduz tensão e diminui risco de deiscência.
O protocolo em camadas:
Lascas de osso autógeno
Biomaterial de baixa reabsorção
Membrana reabsorvível
Fechamento por primeira intenção
Estudo do grupo Buser demonstra estabilidade óssea após 7–10 anos.
A previsibilidade do volume ósseo tem impacto direto em:
Estética do sorriso
Estabilidade das papilas
Confiança do paciente
Redução de complicações futuras
O resultado final do caso clínico mostra um rebordo completamente restaurado e ideal para implantes.
Segundo Belser, citado no eBook, soluções protéticas inteligentes permitem:
Previsibilidade estética de longo prazo
Manutenção das papilas
Integração cirúrgico-protética ideal
Defeitos de uma parede são menos previsíveis
Exposição precoce da membrana compromete o enxerto
Materiais sem baixa reabsorção podem perder volume
Regenerações pós-peri-implantite são menos previsíveis por contaminação
O eBook demonstra, com dados concretos e estudos clássicos, que:
É possível reconstruir rebordos horizontais com alta previsibilidade
A ROG horizontal bem executada oferece taxas de sobrevivência de 95–100%
Protocolos consistentes permitem resultados iguais aos de osso nativo
A abordagem simultânea, quando indicada, reduz tempo e melhora estética
A escolha do biomaterial impacta diretamente o volume final
Em síntese:
“Se não tem osso, podemos reconstruir com segurança e previsibilidade.” — Dr. Leandro Nunes
REFERÊNCIAS
Nunes, L. Trilha do Conhecimento – Aula 10: Aumento de rebordo horizontal. Purgo Masterclass, 2025.