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A Verdade Chocante: Só UMA dessas técnicas realmente libera mais fatores de crescimento — e não é a que você pensa!

Escrito por Implantec Brasil | Oct 7, 2025 2:37:56 PM

PRP, PRF e Advanced-PRF: Qual Técnica Libera Mais Fatores de Crescimento para a Regeneração Bucal?

Por que isso importa agora?

A busca por procedimentos mais rápidos, previsíveis e seguros é constante na odontologia regenerativa. Seja em enxertos ósseos, implantes dentários ou cicatrização de tecidos moles, os fatores de crescimento desempenham papel decisivo na regeneração.

Nas últimas décadas, técnicas autólogas — que utilizam o próprio sangue do paciente — como o Plasma Rico em Plaquetas (PRP), a Fibrina Rica em Plaquetas (PRF) e sua versão otimizada, o Advanced-PRF (A-PRF), ganharam protagonismo. Mas afinal, qual dessas técnicas entrega mais fatores de crescimento e por quanto tempo?

O que são PRP, PRF e A-PRF?

  • PRP (Platelet-Rich Plasma): primeira geração, obtido a partir do sangue centrifugado com anticoagulantes. Sua principal característica é a liberação rápida e intensa de fatores de crescimento logo após a aplicação.

  • PRF (Platelet-Rich Fibrin): evolução do PRP, é preparado sem anticoagulantes, formando uma rede de fibrina que libera fatores gradualmente ao longo dos dias, acompanhando o processo natural de cicatrização.

  • A-PRF (Advanced-PRF): protocolo mais recente, com centrifugação em baixa rotação e maior tempo. Isso preserva mais células (plaquetas, monócitos, macrófagos), resultando em liberação mais abundante e prolongada de biomoléculas regenerativas.

Evidências Científicas

Um estudo conduzido por Kobayashi et al. (2016), publicado na revista Clinical Oral Investigations, comparou diretamente PRP, PRF e A-PRF.

Metodologia:

  • Amostra: 18 coletas de sangue de 6 doadores (30–60 anos).

  • Análise: quantificação por ELISA de sete fatores de crescimento (PDGF-AA, PDGF-AB, PDGF-BB, TGF-β1, VEGF, EGF e IGF).

  • Período de avaliação: de 15 minutos até 10 dias após a preparação.

Principais resultados:

  • PRP → liberação imediata (15–60 min): apresentou os maiores níveis iniciais de fatores de crescimento, ideal para cicatrização acelerada nas primeiras horas.

  • PRF → liberação contínua: mostrou uma curva mais estável, sustentando a liberação de fatores até o 10º dia.

  • A-PRF → superior em longo prazo: após 10 dias, liberou significativamente mais proteínas acumuladas (11.048 ng/mL) quando comparado ao PRF (9.262 ng/mL) e PRP (6.176 ng/mL).

  • Fator predominante: PDGF-AA foi o mais abundante, em concentrações 6 a 10 vezes maiores que PDGF-AB e PDGF-BB.

  • EGF e IGF: liberados em menores quantidades em todas as preparações.

Impacto na Prática Clínica

  • PRP: indicado quando a prioridade é resposta imediata, como em enxertos ósseos de emergência ou situações que exigem rápida cicatrização tecidual.

  • PRF: mais adequado para casos que pedem suporte prolongado, como regenerações periodontais e cicatrização pós-extração.

  • A-PRF: combina velocidade e constância, sendo potencialmente a opção mais promissora em regenerações complexas, especialmente em implantodontia e cirurgias de grande porte.

Perspectiva Profissional e do Paciente

👩‍⚕️ Para profissionais:

  • A escolha deve considerar o tempo crítico de cicatrização desejado.

  • O A-PRF pode oferecer vantagens em protocolos que exigem maior estabilidade e estímulo celular ao longo dos dias.

🙂 Para pacientes:

  • Todos os métodos utilizam seu próprio sangue, eliminando riscos imunológicos.

  • O PRP age mais rápido, mas o A-PRF garante uma recuperação mais equilibrada e consistente.

Limitações do Estudo

  • Estudo in vitro, não avaliou diretamente os efeitos clínicos.

  • Amostra pequena (apenas 6 doadores).

  • Variabilidade individual significativa nos níveis de liberação de fatores.

Esses pontos mostram a necessidade de mais ensaios clínicos e estudos comparativos com diferentes populações e condições sistêmicas.

Futuro e Perspectivas

As próximas pesquisas devem responder:

  • Como cada técnica influencia diferentes tipos celulares (osteoblastos, fibroblastos, células periodontais)?

  • Quais combinações com biomateriais (ex.: enxertos ósseos, membranas de colágeno) potencializam os resultados?

  • Em quais cenários clínicos cada protocolo realmente se destaca?

O A-PRF surge como candidato forte a novo padrão em regeneração tecidual, mas sua eficácia ainda precisa ser confirmada em estudos clínicos robustos.

Conclusões Práticas

  • PRP → rápido, mas de curta duração.

  • PRF → liberação mais constante, com boa estabilidade.

  • A-PRF → maior liberação acumulada em 10 dias, com potencial de se tornar a técnica de escolha para regeneração complexa.

👉 Na prática, a decisão deve ser individualizada, considerando o procedimento, o perfil do paciente e o tempo de cicatrização esperado.

 

📖 Fonte: Kobayashi E, Flückiger L, Fujioka-Kobayashi M, Sawada K, Sculean A, Schaller B, Miron RJ. Comparative release of growth factors from PRP, PRF, and advanced-PRF. Clinical Oral Investigations. 2016;20(9):2353–2360. doi:10.1007/s00784-016-1719-1.