Reconstruir osso não é apenas criar volume. É devolver previsibilidade, estabilidade e confiança a pacientes que, muitas vezes, já passaram por múltiplas falhas. A Técnica Laminar surge exatamente nesse ponto crítico da implantodontia moderna.
Pacientes edêntulos de longa data representam um dos maiores desafios clínicos da regeneração óssea guiada (ROG). Segundo o Professor Luiz Macedo, esse paciente é frequentemente triplamente sequelado:
Perda óssea tridimensional
Reabsorção vestibular, vertical e palatina/lingual
Alteração completa da arquitetura original do rebordo
Redução significativa da vascularização
Menor potencial regenerativo
Tecidos menos responsivos à cicatrização
Histórico de falhas com implantes ou reconstruções
Medo elevado de novos procedimentos
Expectativas altas e baixa tolerância a complicações
O grande dilema clínico é: qual técnica realmente entrega previsibilidade tridimensional e estabilidade a longo prazo?
Autor: Prof. Dr. Luiz Macedo
Instituição: Atuação acadêmica e clínica no Brasil, com participação em simpósios internacionais
Contexto: Discussões avançadas em regeneração óssea, incluindo o Osteology Foundation Symposium (Barcelona, 2019)
Base científica: Princípios consolidados de regeneração óssea guiada, biologia óssea autógena e mecânica das câmaras regenerativas
Funciona bem apenas para pequenos ganhos horizontais
Limitação severa em defeitos verticais
Dificuldade extrema de acesso palatino/lingual
Necessidade de remoção de parafusos em segundo tempo
Excelente resultado vestibular
Impossibilidade prática de fixação em lingual/palatino
Estudos mostram que o maior ganho ósseo ocorre após 4,5 mm, enquanto a maior perda acontece exatamente nos primeiros 3–4 mm, região crítica para dissipação de carga e estabilidade gengival
Excelente resistência mecânica
Mantém espaço regenerativo
Indicado para defeitos críticos
Mas há um preço alto:
30–35% de taxa de exposição de membrana
Quando há infecção, o resultado costuma ser catastrófico, com perda total do enxerto e tecido mole
Em telas de titânio, a taxa de complicação pode chegar a 40%
👉 Isso levou a uma reflexão inevitável: não basta formar osso, é preciso formar osso com previsibilidade.
A Técnica Laminar surge a partir de uma pergunta simples e poderosa:
“E se o suporte mecânico viesse de dentro, usando o próprio osso do paciente?”
Captação de uma lâmina fina de osso cortical autógeno
Essa lâmina atua como o “teto” da câmara regenerativa
O material particulado permanece protegido
Uso de membranas de colágeno, preservando a biologia
Tomografia computadorizada de alta resolução
Avaliação tridimensional do defeito
Seleção criteriosa da área doadora (ramo mandibular, sínfise ou tuberosidade)
Preferencialmente com piezoelétrico
Espessura ideal: 1,5–2,0 mm
Possibilidade de modelagem e perfurações para revascularização
Decorticação com múltiplas perfurações
Sangramento adequado
Remoção de tecido fibroso
Fixação da lâmina com 2 a 4 parafusos
Preenchimento com biomaterial particulado (xenógeno, com ou sem autógeno)
Cobertura com membrana de colágeno reabsorvível
Segundo a literatura consolidada apresentada no eBook:
≈10–15% de taxa de complicação com membranas de colágeno
30–35% com PTFE + titânio
≈40% com telas de titânio
Além disso:
Complicações na Técnica Laminar tendem a ser menos graves
Raramente resultam em perda total do enxerto
Mantêm melhor o volume ósseo ao longo do tempo
Melhor posicionamento tridimensional dos implantes
Perfil de emergência mais natural
Melhor dissipação de cargas mastigatórias
Redução do risco de recessões gengivais
Maior confiança do paciente em tratamentos futuros
Para pacientes com histórico de falhas, isso representa resgate da previsibilidade.
| Aspecto | Técnica Laminar | PTFE + Titânio | Sausage |
|---|---|---|---|
| Biologia | Excelente | Comprometida | Boa |
| Mecânica | Excelente | Excelente | Limitada |
| Acesso lingual | Viável | Difícil | Impossível |
| Complicações | ~10–15% | 30–35% | ~10% |
| Gravidade | Menor | Catastrófica | Moderada |
| Reconstrução 3D | Completa | Limitada | Limitada |
Técnica sensível, com curva de aprendizado
Necessidade de instrumentação adequada
Tempo cirúrgico maior
Duas cirurgias (regeneração + implantes)
Contraindicada em pacientes com condições sistêmicas graves não controladas
Transparência metodológica é essencial para indicação correta.
O Professor Luiz Macedo é categórico:
“Em 2025, não faz mais sentido retirar blocos autógenos extensos do paciente quando podemos equilibrar biologia e mecânica com previsibilidade.”
A Técnica Laminar não é apenas uma nova técnica — é uma evolução conceitual da regeneração óssea guiada, especialmente para defeitos tridimensionais complexos.
Mais previsibilidade
Menos complicações catastróficas
Melhor experiência para o paciente
Reconstruções verdadeiramente tridimensionais
Um novo padrão para casos complexos
O futuro da regeneração óssea está no equilíbrio. E a Técnica Laminar aponta exatamente esse caminho.
Macedo, L. Trilha do Conhecimento Purgo – Reconstrução horizontal e vertical com a Barbell Technique. Masterclass, Novembro 2025.